Provavelmente, alguma vez na sua
vida você idealiza encontrar o amor da sua vida. Aquela pessoa cuja face será
adoravelmente linda e amável para o resto da sua vida em que possa dizer sim, e
viver ao seu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a
morte os separe. Este poderia, e ou deveria ser um ideal da geração baby
boomer, da geração pós segunda guerra mundial. Logo após a geração X começou a
surgir através da transformação de pensamentos e surgiu em uma época dourada do
rock, Woodstock, libertação de ideais, conceitos de amor, paz e liberdade. A família
já não estava em primeiro ou segundo lugares, e encontrar o amor da sua vida
era uma consequência, mas ela deveria seguir um padrão em que envolver os
preceitos daquela época... imagina uma pessoa que esteve em Woodstock se
envolver com alguém que frequentava a igreja e escutava música gospel? Não haveria
a menor possibilidade... e isso começou a aparecer rapidamente na geração
seguinte que abrange os anos 80 e 90, cuja inspiração era ser a geração coca
cola com os ideais da geração X todos depositados em uma geração que salvaria o
planeta. A geração do início dos anos 00 seria a Z e a atual seria a Alpha.
Logo cada uma tem a sua predileção de como conduzir sua vida, como estipular
quais etapas seguiria num rumo cíclico ou não da vida, onde lá da baby boomer
seguia a rota de nascer, se formar, casar, ter filhos, trabalhar, prosperar, se
aposentar dignamente e morrer. E isso foi conduzido até a geração X, mas desastrosamente
se perdeu em meio à guerra onde alguns milhares de filhos se perderam. Logo a
geração X teve toda essa expectativa criada sobre ela de transformar um mundo
sombrio, em preto em branco, manchado de sangue, por uma geração polida no amor
e na paz que deveria ser a tônica para um mundo melhor. Mas o que ela fez foi
trabalhar e produzir, em larga escala para atender a demanda da revolução que o
capitalismo produziria no mundo, que seria tema do famoso clipe Another Brick
In The Wall da banda inglesa Pink Floyd. Quem não conhece só procurar no
YouTube. Influenciados pelo consumismo, o ideal mudou de não conseguir pagar a
vista e não ter intermináveis prestações sobre todos os itens materiais, a época
o ideal crescera com o consumismo, ter era casa própria, família, carro e tudo
pago à vista. Um orgulho merecia medalha como na segunda guerra quando voltava
sem sequelas para casa por ter defendido os interesses do governo com sua
própria vida. A geração Y já nasceu querendo inovar e quebrar esses paradigmas,
onde começou a despontar a ideia de ser seu próprio chefe, ter a sua própria
empresa, no caso, trabalhar por conta própria, e os índices de casamento foram
superados pelos de divórcio. Todas as curvas de consumo explodiram, e essa
geração extrapolou para a geração da internet a geração Z com o hiperconsumismo
e destruição da natureza e seus bens mais preciosos a custos que agora, a
geração Alpha estará a pagar. Sete bilhões de pessoas com ideais e formas de
pensar diferentes, assumir orientação sexual era um pecado, agora é orgulho,
ter filhos era orgulho hoje é uma forma de mostrar que tem condições de criar
um filho em meio à incerteza diante de um vírus que se tornou pandemia, e
mostrou que o isolamento e o controle pode ser a salvação do planeta. O que isso
tem a ver com o amor da sua vida? Que tudo parte da premissa que a vida só faz
sentido com outra(s) pessoas, que viver sozinho ou limitados a um espaço não
faz a gente produzir e ser economicamente interessante para os interesses dos
governantes e toda a ideia de que o ciclo da vida pode se quebrar faz com que
lares se quebrem ou se unam tudo isso depende do amor que você tem pelo que
você faz, e por tudo que conquistou até então, e isso está sendo posto a prova
agora, nos momentos de dificuldade é que vemos quem tem atitude de falar, mas
fazer o que é melhor para o bem coletivo, o que vai além dos interesses
pessoais.
Então nessa época de transmissão
de dados que vai numa velocidade absurda, não é tão difícil encontrar noticias
e fatos como era encontrar um almanaque abril disponível na biblioteca. A
produção de noticias, produtos, pessoas e lixo estão indo na mesma velocidade
que estamos nos deteriorando, mentalmente, espiritualmente e fisicamente. Será
que este momento de quarentena não é o momento ideal para pensar no que estamos
fazendo e o que podemos fazer para melhorar? É neste momento que todo amor é
posto a prova, o que é de verdade, do quem é de mentira, casamentos, amizades,
relacionamentos e a força de vontade. De viver, de querer, de continuar, de
sonhar e poder permanecer vivendo a sua maneira, seja ela geração baby boomer,
XYZ ou alpha. Como julgar se somos uma série de fatores a serem explicados
geneticamente, hereditariamente, historicamente, filosoficamente, espiritualmente,
astrologicamente e psicologicamente. Tudo tem relação com a mente, que é
governada pelo espírito, mas o que mais importa é o corpo, o físico, o
material, e naturalmente o que você produz sua importância. Se for jovem, belo
(a), esbelto, ou é velho, gordo e feio. Se importa em quem você votou, o que
dirá sua orientação sexual, sua cor da pele não é? Te julgam pela roupa, pela
aparência e pela capacidade de produzir, o que dirá em quem votou? Quem paga
suas contas para dizer o que deve ou não fazer? Mas sim o que fazer
conscientemente pensando no bem coletivo, não inconsciente a mente para pensar
só em si, no bem material e da economia como sendo a prioridade, sem saúde não
há nada, bem comum nem coletivo, tudo se esvai como todas as gerações ou como
em uma guerra, por interesses. Até no subconsciente o ser humano delira, e
promove a válvula de escape de tantas formas de pensar e não falar que acabam
com a positividade que deveríamos encontrar por não cuidar da sua própria vida,
e fazer dela o que bem entender pelo nosso livre arbítrio. Mas o ser humano que
não se liga a outro não tem totalidade, pois só é alcançada pela alma, e esta
por sua vez, não pode existir sem o seu outro lado que sempre se encontra no ‘tu’,
a totalidade consiste em uma combinação do eu e tu, ambos se manifestando como
partes de uma unidade que transcendem gerações, sonhos e ideais, ela se
encontra na paz, amor e liberdade que tanto almejamos, mas evitamos para não
perder o controle dos nossos interesses.
LcBertoldo
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Eu
tenho saudade do que não vivi.
Tenho saudade de lugares onde não fui e de pessoas que não
conheci.
Tenho saudade de uma época que não vivenciei, lembranças de um tempo que mesmo sem fazer parte do meu passado, marcou presença e deixou legado.
Esse tempo, onde a palavra valia mais do que um contrato, onde a decência era reconhecida pelo olhar, onde as pessoas não tinham vergonha da honestidade, onde a justiça cega não se vendia nem esmolava, onde rir não era apenas um direito do 'rei'…
Tenho saudade de uma época que não vivenciei, lembranças de um tempo que mesmo sem fazer parte do meu passado, marcou presença e deixou legado.
Esse tempo, onde a palavra valia mais do que um contrato, onde a decência era reconhecida pelo olhar, onde as pessoas não tinham vergonha da honestidade, onde a justiça cega não se vendia nem esmolava, onde rir não era apenas um direito do 'rei'…
Ruy Barbosa