Na maior parte das vezes, aquilo que você mais quer é aquela coisa que você não pode ter. O desejo nos parte o coração, nos esgota. O desejo pode ferrar com tua vida. E por mais duro que seja querer muito uma coisa, as pessoas que sofrem mais são aquelas que sequer sabem o que querem. Pois é, sentir-se sufocar, estar a soterrar de tantos sentimentos, palavras e anseios. Tudo isso te faz apenas se deixar levar, mas aonde quero chegar? Acho que é essa a indefinição que o final de ano provoca na vida, sabe? Mas se você me perguntar o que exatamente sufoca, talvez eu não saiba responder. É que, quando tudo está estável, tranquilo, bonito, sempre falta alguma coisa. Aquela sensação de vazio, você entende? Talvez não, mas é que eu sei, preciso parar com essa insatisfação, inquietação, mas não dá, sentimento de incompletude e incompreensão me faz questionar, o que posso fazer se estou aqui parado sem ar? Depois de correr quilômetros, percebo que não sei o por que estou fazendo isso, talvez para fugir de mim mesmo ou deste lugar? Fico a sentir exaustão mental me sufocado e sentindo que nada vale a pena. Esse sentimento repentino me domina de uma forma que estagna os pensamentos e o que eu só queria era passar para frente, até que o ano vire e a página vire, e o pano desça. Estou chegando lá, mas sempre no quase. No quase bom, no quase satisfeito, no quase chegando, no quase terminando. E é neste quase aonde sempre me sinto. Por isso talvez a tontura, a falta de ar, a mão apertando a minha garganta, e eu sem saber para quem pedir socorro, sem ter alguém em quem me apoiar e contar todo esse sentimento louco que se faz aflorar e me deixa sem fôlego a suspirar...Ahhhhh, enquanto não achar quem pode me ajudar, e se identificar com tudo isso, eu vou ficar no querer poder do quando poderá ser, mas se não aparecer quem vai me fazer finalmente respirar livre, eu vou continuar assim: sempre no quase.
LcBertoldo
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