Monday, April 20, 2009
Fugaz
Hoje vou fugir
Fugir dos problemas
Fugir dessa alma cansada
Fugir dessas lágrimas secas
Encontrar meu poço sem fundo
Lucas Bertoldo
Monday, March 02, 2009
Porta Memória
Pela vidraça
Uma Cigarra...
Monotonia e tempestade
Vinte cigarros depois
De canto esmagados no cinzeiro
Eu me encontro...
Enuviado e também entristecido
Um boêmio barbado que vadia
No meio da sala com os olhos cerrados pela luminária
Sorrio cadente, e desencontrado enfim calo-me
Ouvindo um vinil hostil de melodia desconexa
Minha mente viaja entre lembranças e vontades
E meus olhos marejados captam a foto da gente neste porta retrato
Quadrante quadrado enquadrado daquele beijo
Que me faz sentir este momento sentimento momentâneo
Deste último desejo que se foi, do meu pequeno retrato falado ambulante estilhaçado no chão..,;.;;,.,;,.,;,.,;,.,,;,..;,.,;como meu coração.,.,.,.,.,;,;;,.,;,.,;,;,.,;,.,;,.,;,.,;,,.
Lucas Bertoldo
Monday, January 26, 2009
Fim de um Sonho
Famigerado o boquiaberto boia fria lamenta o desatino
Rabugento e maltrapilho quase um mendigo 'se bate' no meio fio metropolitano
A procura de uma oportunidade abastada se jogou como um peixe através da pororoca, para desovar o seu futuro em águas mais fartas...
Veio atrás da sorte, mas só obteve o insucesso
Sucesso para ele é destronar os pombos de um banco imundo e dormir até o dia amanhecer
Com frio sente a fome que lhe dá a sede de acabar com sua fome canibal
Acaba matando sua sede na maldita cachaça barata de botequim
E acaba lisonjeiro com a lua aos seus pés diante da poça imunda de um boeiro entupido
E seu olhar se mistura a sujeira e detritos soturnos que contaminam o seu fascínio pelo poder aquisitivo que tanto sonhou
Vai pelo ralo a sua esperança e a foto da sua família que tanto amparou
Oito filhos...não parece muito velho, só está maltradado pelo tempo onde já é avô
Foi-se o tempo de fartura observa ele...no vão momento como um cachorro ao visualizar o frango assado dentro do assador
Vida desgraçada e ilusória grita ele diante do seu cobertor jornalístico do dia anterior
Manchete da capa: - Mercado aquecido: emprego cresce 5,5% no país...
Mas o que mais cresceu em seu peito fora o pavor desesperante, amparado pela ignorância conquistada pelo seu medo alucinante
Que o tornou manchete de capa do dia posterior: Mendigo maltrapilho morre afogado pelo próprio vômito: - 'possibilidade de emprego teria sido muito comemorada por João Carlão dos Santos que não aguentou, morreu sorrindo vomitado, naufragou pelo sonho contestador de viver uma vida farta na cidade grande, que desabafou em uma carta como um testamento':
"Predisponho-me a um sonho...
Mas o que mais cresceu em seu peito fora o pavor desesperante, amparado pela ignorância conquistada pelo seu medo alucinante
Que o tornou manchete de capa do dia posterior: Mendigo maltrapilho morre afogado pelo próprio vômito: - 'possibilidade de emprego teria sido muito comemorada por João Carlão dos Santos que não aguentou, morreu sorrindo vomitado, naufragou pelo sonho contestador de viver uma vida farta na cidade grande, que desabafou em uma carta como um testamento':
"Predisponho-me a um sonho...
Enlouquente e inconsciente
De quem ama e de quem sente
Mudar um destino com um desatino
Sair de casa, mudar de vida e conquistar tudo que sonhei
Um sentimento variável, mas muito invariavelmente sonhador que me tomou
Fui levado como que se leva um leme
Forte a frente junto a corrente de um rio
Corri, persisti e perdi
Mas agora ganhei, e comemoro esta felicidade
De mudar a realidade bebendo pensando
De sonhar em remar contra a corrente e jamais novamente para trás."
.
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O sonho acabou e com ele em uma poça de vômito essa carta ficou, para história como uma capa de jornal ou como mais uma estatística indigente que ninguém lembrará no dia posterior.
Lucas Bertoldo
Wednesday, January 14, 2009
Imaginações Inimagináveis Imaginadas
Uma certa noite
Desenhei minha formatura
No meu imaginário
Um orgasmo atômico
Na forma anatômica de um morango
Doce, leve e caro
Como um champagne
Arrotei
E acordei
Imaginando estar formado
Mas eram cócegas que me faziam:
Enquanto recebia uma massagem
Da qual acabei dormindo e imaginando tudo isso....
Ahhhh o inimaginável, como é bom degustá-lo!
Previamente ao sonho se concretizar e acabar em ter apreço de todo momento
com Imaginações Inimagináveis Imaginadas
Lucas Bertoldo
Friday, January 09, 2009
o Episcopal
Hipocrisia cretina de reles mortais
Hipérbole de toda sua forma egoísta
Uma dinastia cretina de uma frieza bestial
Bando de escroto só são um esboço de gente
Vivem atrás de suas sombras mediocres
Não passam de ratos de esgoto
Se perdendo entre babaquices e cretinices alheias
Baseando-se em algo relativo que não passa de uma utopia global
Sinceramente é pena que sinto de quem pensa grande mas é tão pequeno
Sentem que podem muito mas não sabem o que esse muito é o seu mínimo e se ajustam a
malfadada preguiça de vontade que domina seu interior...
E seu esteriótipo é isso que se vê por fora, um sucedido morimbundo perambulando pelos bordéis
Arrastando seu corpanzil por avenidas e lugarejos atrás de uma esperança ou um brilho no olhar que perdeu tentando se encontrar
Que faça sua boca sentir o gosto vivo da vida, e não pense nas merdas distintas que te jogam ao sabor do vento no teu rosto pra te espancar
Com a verdade da rede de mentiras que se tornou esse teatro da vida
Cada um por si, e todos contra todos....o que mais vale é sempre o maior, melhor, mais caro e fundamental para o seu bolso
O que possa ressaltar a sua importância de insignificância que só tu não consegue perceber
Perceberá quando ficar sozinho cheio de grana, sem amor, sem família, sem ninguém...
Ficará só, cercado de invejosos, egoistas e oportunistas
E com o belo amor das putas artificiais que te faz ser mais homem com um punhado de dinheiro no bolso
De quem diz...eu compro tudo que quiser, não preciso de nada nem ninguém, tudo tem seu preço, tudo tem seu valor
O preço que pagará é inestimável, e o seu valor é tudo que mais ama e não percebe
Não passa mesmo daquele rato sem sentimentos que só se importa com o queijo e rasteja por aí atrás do seu 'ouro'
Mas o besouro negro e faminto levou tudo que 'era seu' inclusive o seu 'ouro' menos familiar que o que está no fundo da calça
Perdeu seu ouro mais valioso e idôneo e sentiu seu estômago embrulhar...
Ao pensar que não tinha nada nem ninguém mesmo que fosse precisar...olhou-se no espelho e percebeu o rato que é...com um preço no meio do rosto e dedos de mal me quer, um olhar raivoso de quem só se interessa pelo que brilha e te faz somar...
E quem te faz sonhar e realizar tudo isso é só tu e nada mais, assim como o que se tornou...o fracassado bem sucedido, só tu e nada mais, sem preço mas com valor de nada com vários a mais na tua conta Mas sem ninguém pra conversar e amar, só alguém para idolatrar
Lucas Bertoldo
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