Pão que cresce em arreveria discontínua como um compasso quebrado que não circunda mais nada, só enche de nadica de nada o traço dessa empobrecida vida de plebeu, sem aspirações ou realizações de um sonho vazio sem recheio que é acrescentado aos pequenos restos dos seus minimalistas desejos de crescer aos poucos sem atrapalhar os planos onde os patrícios loucos adoram esbanjar...
Pois é tudo isso um fim de ano bucólico um tanto quanto melancólico e arredio, vem como um furacão em forma de presentes, estes levados por uma enxurrada de pessoas que inundam shoppings como um formigueiro cheio de afins atrás de algo que represente o dia em si...como um filme em torno do seu tema central...papai noel é o cara principal e Jesus um mero coadjuvante.
Em termos de filme, fim de ano poderia ser chamado de 'tempos de hipocrisia' cheio de cretinice alheia, egoísmo e idiotice, preguiça e profanação de merdas enlatadas que são jogadas direto no ventilador, espalhadando notícias sem fim pela mídia como o ato final de um ano 'bom', onde muitos não fizeram nada e acham que isso é tudo para se tornar alguém dentro do contexto, mas só passa a ser mais um a atuar nessa peça de comprar e representar e optar por uma das barbas...a branca ao invés da castanha...
E o olhar de poucos se voltam pro de muitos, e isso é pouco perto do muito que é o mundo que vivemos...não o mundo paralelo de nossas vidas e mediocridades franzinas de um plebeu ou um patrício...é bom não seguir a regra, não manter o costume, tentar sempre se diferenciar mas as vezes é quase impossível fugir desse enredo central...e lamento muito não poder tanto quanto o poder aquisitivo de ter ou não ter, eis a questão...infelizmente faço parte disso mas não como todos, tento não mentir e me omitir disso, mas é pouco perto do muito, então desfaço todos pensamentos que me levem a isso.
E esse consumo de consomidor que (me) consome, e toda esse consumo concomitante me leva a ficar consumido e penso que sumir é o melhor caminho...mas só penso em me diferenciar e mudar o destino, pois quem consome acaba consumido do patrício ao plebeu sem regras, sem exceções, ou está ou não está, incluso ou excluso, tudo ou nada...fim,.;de ano;.,
Lucas Bertoldo e seus nós no peito.