Saturday, December 27, 2008

Do Patrício ao Plebeu



E essa merda enjaulada e encarcerada dentro do peito feito um bicho arredio sedendo por informação claudica nessa parafernália doente de pacificidade onde se encontra os reles mortais que habitam essas ruas plebéias cheias de plebeus e patrícios idiotas circulando que nem rato atrás de migalhas a mais para rechear o seu pão...pão doce, pão de mel, pão preto, pão torrado, pão mofado, pão de pão aahhhh não, sempre tem um não e um sim, mas o pão sempre tem que estar cheio...cheio de coisas que guardamos para rechear o pão nosso de cada dia...

Pão que cresce em arreveria discontínua como um compasso quebrado que não circunda mais nada, só enche de nadica de nada o traço dessa empobrecida vida de plebeu, sem aspirações ou realizações de um sonho vazio sem recheio que é acrescentado aos pequenos restos dos seus minimalistas desejos de crescer aos poucos sem atrapalhar os planos onde os patrícios loucos adoram esbanjar...

Pois é tudo isso um fim de ano bucólico um tanto quanto melancólico e arredio, vem como um furacão em forma de presentes, estes levados por uma enxurrada de pessoas que inundam shoppings como um formigueiro cheio de afins atrás de algo que represente o dia em si...como um filme em torno do seu tema central...papai noel é o cara principal e Jesus um mero coadjuvante.

Em termos de filme, fim de ano poderia ser chamado de 'tempos de hipocrisia' cheio de cretinice alheia, egoísmo e idiotice, preguiça e profanação de merdas enlatadas que são jogadas direto no ventilador, espalhadando notícias sem fim pela mídia como o ato final de um ano 'bom', onde muitos não fizeram nada e acham que isso é tudo para se tornar alguém dentro do contexto, mas só passa a ser mais um a atuar nessa peça de comprar e representar e optar por uma das barbas...a branca ao invés da castanha...

E o olhar de poucos se voltam pro de muitos, e isso é pouco perto do muito que é o mundo que vivemos...não o mundo paralelo de nossas vidas e mediocridades franzinas de um plebeu ou um patrício...é bom não seguir a regra, não manter o costume, tentar sempre se diferenciar mas as vezes é quase impossível fugir desse enredo central...e lamento muito não poder tanto quanto o poder aquisitivo de ter ou não ter, eis a questão...infelizmente faço parte disso mas não como todos, tento não mentir e me omitir disso, mas é pouco perto do muito, então desfaço todos pensamentos que me levem a isso.

E esse consumo de consomidor que (me) consome, e toda esse consumo concomitante me leva a ficar consumido e penso que sumir é o melhor caminho...mas só penso em me diferenciar e mudar o destino, pois quem consome acaba consumido do patrício ao plebeu sem regras, sem exceções, ou está ou não está, incluso ou excluso, tudo ou nada...fim,.;de ano;.,



Lucas Bertoldo
e seus nós no peito.

2 comments:

carolparanoia said...

Resolvi te visitar e ler todos meus "atrasados".
Te desejo um 2009 sem atrasos, sincero, simples e feliz!
Um beijo

Natália said...

Acho que tudo isso aí deve ter passado depois da virada.

Felice anno nuovo!