Wednesday, February 26, 2020

Olhar expressivamente


Aquele olhar, mesmo que  um detalhe, puro e sedutor me convidou a me jogar no seu cristalino e em todo teu corpo ciliar, amando teu humor vítreo da retina personificada na íris identificada pela captação da córnea, fez a pupila dilatar informando ao nervo óptico e ao córtex cerebral a comunicação dos neuro transmissores inundando o hipocampo com um tsunami de ocitocina explodindo de prazer...até as pupilas se fecharem e amar observar os cílios se baterem...


LcBertoldo

Wednesday, February 19, 2020

Afic(c)ionado


Me apaixonei
Por aquele sorriso 
Ah, aquele maldito sorriso...
Envolvido em paz e graça 
Me encantou
Brilhando ao abrir os lábios 
A boca demonstrou 
O amor iluminado 
Em que a luz dos olhos
Me hipnotizou
Da maneira que me olhou 
A me tornar mais um viciado 
Pelo sorrir, amável e contagioso
Ela, me aficcionou...*

LcBertoldo 

*Aficionado, leia-se correto assim, mas antigamente era AFICCIONADO. Na 
nova ortografia um C foi embora, e se tornou AFICIONADO mas a maneira de pronúncia seria com AFICCIONADO.

Thursday, February 06, 2020

Arte em P&B

As pessoas que estão solteiras há muito tempo, são as mais difíceis de amar, pois se acostumaram a ser solteiras, independentes e auto suficientes. Então foi preciso muito tempo para convencê-la através da virtualidade arredia que a realidade poderia ser algo extraordinário como nos filmes, disse lhe que a vida é um filme, e alguns momentos passam e não voltam mais, e que para ajudar a escrever esse roteiro ela precisaria de alguém na sua vida, com uma visão e ponto de vista diferente, para concordar, conversar e discordar. Alguns momentos valem mais que mil palavras retruquei, e naquele dia consegui convencer ela a se despir do medo, dos pudores e de amores antigos e marcar de me encontrar para continuar a conversa que não terminamos ontem e ficou para hoje. Ela foi como se fosse mergulhar no vazio, anos sem encontrar ninguém, a sua vontade era inapetente como a fome do regime, a vontade de não encontrar ninguém era vadia, se escondia e deixava ela cada vez mais distante, ainda que mais perto de si mesma. Pois nesse ímpeto de se perder, a gente acaba se encontrando e reencontrando conteúdo em pessoas que não são vazias que tomam porre de livros para ter ressaca de cultura, conteúdo, conhecimento e preenchem nosso dia como uma viagem, bem como eu classifico, como ao olhar uma foto e perceber o ponto de vista captando a arte do instante congelado, como se inebriado fosse o momento da vida, que descrevi após intermináveis minutos de conversa.
Após encontrá-la pude dizer pouco em tanto o quanto meus olhos puderam captar. A sensibilidade ao olhar de quem não desenha mas capta o momento como poesia descrita indubitavelmente se transforma em fotografia mental e isso se revela como num filme, vira arte em um momento inesperado. Ela apaga a luz do quarto e pede para sentar de longe e descrever da melhor maneira possível o quanto fora embriagada pelo diálogo assaz aprazível que alimentou sua capacidade de surprender. Janela entre aberta à luz da lua, quarto escuro e mente acesa, ela tira o calçado, as meias e a calça,  e sobre a penumbra do quarto escuro, preto, o contraste da pele branca ficou linda. Ela se deita na cama de um modo tão natural que se entrega ao artista, que segue a visão olhando e fotografando, então desta pose da foto, ela vira o rosto e me fita, espraiada na cama, leva uma das mãos a boca, e sorri, um semi sorriso lindo, mas malicioso, enquanto olha para baixo me induzindo como o zíper da blusa a descer com uma mão e a boca entreaberta busca fôlego, suspirando com a outra mão soltando o cabelo, senta na cama rapidamente com as pernas abertas, mas inclinada para frente, abre a blusa toda  e fica nua só de lingerie preta.
Ao luar da lua refletindo seu sorriso, sua pele cor de marfim me deixa muito afim, mas me contenho, fico a observar suas unhas pretas contrastando com as pernas brancas, calcinha preta, ventre branco, sutiã preto, braços desnudos totalmente brancos, cabelos pretos e sorriso, ah aquele maldito sorriso, malicioso e infinito, mais que convidativo fixou a minha mente ao momento em questão, me chamando pelo nome e fisgado pelo dedo me convida para perto de si, e nesse momento ao luar da lua completamente cheia e branca eu via por cima do seu ombro a noite toda preta, interligada em estrelas cintilantes, brilhando como fogos de artifício a comemorar, o encontro das bocas cansadas de falar, e loucas para fazer o tanto quanto pudessem continuar até o dia amanhecer e se deixar o levar até se esvair no preto & branco de amar.


LcBertoldo