Tuesday, November 25, 2008

Atropelado(a) por um ônibus



como a vida é pequena diante da morte
logo pensamos o quão valorosa é a vida
e tão insignificantes somos perante o medo de desfalecer e sumir dela
assim abruptamente de repente sem se despedir
este valor é nós que definimos mas às vezes não percebemos os detalhes de vivê-la
só pensamos nos atrasos, fracassos, contas e delinqüências mentais irracionais diante de tudo que vivemos
e o valor se perde no meio disso tudo, e mesmo assim nunca estamos satisfeitos...não é mesmo?
mas sempre falta alguma coisa, sem querer querendo...
e querendo isso tudo ou nada estaremos vivendo algo muito estimado, e no caso sobrevivo(emos) a hipocrisia, egoísmo, inveja e preguiça de quem não sabe nem um décimo da vida...
que não usa nem 10% da sua inteligência animal e ainda se acha o tal
pra depois passar por um momento de vida ou morte que não acontece todo dia
não desejo pra qualquer um, mas bem quisera talvez para todos que achem que a vida é pequena...
não desejasse tanto rezar diante da morte, e ainda se dizer: sem sorte....

Lucas Bertoldo e um grande texto de um grande autor:


Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Vinícius de Moraes