Eu olhava o sol
E queria voar como um pássaro
Ahhhhhhhh, e as nuvens de algodão
Agora cinzas como a cela do meu pavilhão....
Fogem dos meus olhos como a cor da vida
Antes colorida, e agora incolor sem vida
Vivo procurando estrelas à noite
Mas só vejo mofo, parede e goteira
Observo a calçada, e sonho em andar como a "gente" da rua
Procuro amigos
Mas só encontro inimigos
Olhares mórbidos com ódio, sem fome...
Bocas áridas de vingança, sem sede...
Vidas desgarradas sem saída
Afundam em um poço de carnificina
Drogas, manias e dívidas
Por pouco ou muito
Por prazer ou por dever....
Sabe-se pouco o que se passa nessas cabecinhas
Diferentes e vividas
Porém tristes e destruídas
A sonhar com a liberdade perdida....
Vive-se alucinado preso com uma quadrilha
Vida por que, viver pra quem
Perguntas sem resposta
O que resta é o futuro incerto
Eu sou João ele é José, somos o que eu nada sei
Vivendo pra viver sem saber
Querendo correr sem saber do que
Só encontro a cama vazia
Suando frio com medo da sua intriga
Um olho aberto o outro fechado
Quem vive no cárcere
Se esconde no privado
Contando os dias, horas, minutos e os segundos
Procurando uma saída...
Para ser livre e sentir de novo a cor da vida!
LCBertoldo