Tuesday, December 13, 2016

Balada Sangrenta


(Inspirado na música homônima da banda Tequila Baby)

A temperatura chegava perto dos 40 graus. Tudo ficou ainda mais quente quando ela chegou com um sorriso de menina levada com uma saia preta plissada e um bustiê branco que ela sabe que eu gosto. Transamos a noite toda. Na última estávamos cansados e ela veio com umas idéias assim, um pouco diferentes...idéias inspiradas em um certo conde marquês de sade que viveu no séc. XVIII...
Eu não tenho certeza se o cara era louco, mas sei que ele inovou a arte sexual e acabou inspirando inúmeros casais com suas idéias malucas... 
Na manhã seguinte, no raiar da aurora, acordei amarrado.  
Minha cabeça latejava, o sol brilhava e ela não estava mais ali. Nenhum recado. Senti ódio. Pensei em morrer. Com o rasgar de minha carne desatei o que me prendia, mas não consegui suprir o nó em minha cabeça. Para me acalmar nenhum remédio, só a dor. Molhei o rosto, comi um pedaço de pizza fria me servi de café e fui tocar violão.
Compus uma balada. Fiz uma balada sangrenta, pensando nela. Dormi de novo. Acordei com o telefone tocando. Era ela. Não se desculpou, mas disse que me amava. Queria me ver. Mas ela sabe que tudo que ela gosta eu não faço, tudo que ela pensa, eu não sei. Tento esquecer mas não muda nada, nada. Ela ligava e eu não atendia mais. 
Estava louco. E não era de amor. Estava insano, com insônia. Fiquei batendo com a cabeça na parede, me drogando pra tentar esquecer. Nenhuma lembrança, nenhum sorriso pra mim. Consegui dormir. E sonhei, com ela, multifacetada. 
Então, a partir deste dia, comecei a sonhar incessantemente... e sempre que sonho com ela eu acordo pior. E quando acordava, não raciocinava mais, algo havia acontecido dentro da minha cabeça. Agora mesmo estou amarrado, gritando de dor. Só que o branco da minha camisa de força, não vai apagar o vermelho que eu deixei. 
Bati no peito pra sentir meu coração mas não ouço nada, nada. Com um 38 eu afastei ela de mim, mas quem estava ali morrendo era eu. Não vou ter mais, eu sei, o corpo dela...

(O teu amor me corrói)

LCBertoldo

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