Tuesday, May 26, 2015

Sintonia


Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Não existe outra igual...
Faz um bem que ninguém faz
O bem
Indubitavelmente tal 
Que ninguém em mil pode ser 
Ela...
Outra igual não existe!

L.C.Bertoldo

Thursday, May 14, 2015

Ponto íntimo


Piedosa a arte de viver 
Ressabiado ao sofrer
Com dores sem saber 
De quem, pra que ou por quê? 
Te digo e te intrigo 
Até enlouquecer 
Doidos varridos mexem comigo 
Como ao balançar das árvores vão ao vento 
Súbito, imponente e crepitante 
Que faz voar 
Como um pássaro 
Sobrevoante, invariavelmente assobiante 
Irrelevante o que há 
Cruza o céu lindamente com as asas à bailar 
Numa dança frenética que o faz gritar 
Grito de dor, de amor, de ódio e de pavor 
Sabe-se lá o porque ou de onde sereis 
Mas desfrutar o fruto doce do pé 
Realizar desejos, vontades e poréns 
Fazer, querer e acontecer 
Como um talvez 
Sem ressentir do que se fez 
Te faz alucinar, ganhar e perder 
Te pergunto e te indago 
Faz-te ao lance como um soco no ar 
Vibrando por pensar daquilo que te faz sonhar 
Ser, ver e sentir 
Coisas estranhas 
Sentimentos verdadeiros 
Sensíveis como a flor 
Com sede de orvalho pra se cheirar 
Atrair abelhas e acasalar
Dormir e contrair 
Todos os músculos como se fossem um 
Fazer de um instante único, o máximo 
Tirar de ti o limite linear 
Que faz rodar 
A roda gigante 
Fluídos te embebedam num instante 
Truques providos do instinto 
Caminhar até cansar 
Sem destino no mínimo 
Sério, fascinante e corpuscular 
Que te importa 
Amar e ser amado 
Viva e deixe morrer 
Como uma borboleta que nasce e morre 
Viajar e conhecer 
Trabalhar e reconhecer 
O seu motivo real de viver!

L.C.Bertoldo

Wednesday, May 06, 2015

Cego, surdo & mudo?


A calhordagem da mídia 
Molda as características dos seus globais 
Na labuta de seus telejornais 
Associativamente criam uma imagem,
Uma linguagem
E intere$$es
Atravessando as horas distorcem os fatos.
Repudiando-se a cultura 
Alimentando a contracultura 
Com suas banalidades bestiais 
Fazem de tudo pela audiência,
Como se seus olhos estivessem a venda!
Mata-se o vocabulário...
E do dicionário, só o trivial 
Normal, é a tragédia 
Incomum, é a veracidade
Imparcialidade 
A gente vê por aqui!
Retorcidas em mentiras e hipocrisias 
As palavras ganham outra conotação 
Ampliam os horizontes de quem não consegue enxergar,
Pois o pior cego não é aquele que não vê
E sim aquele que finge não enxergar...
Assim como o pior surdo o que finge não ouvir,
O pior mudo, o que não admite...
Que a pior mentira é enganar à si próprio, 
E achar que é melhor que os outros, 
Mas só alimenta seu ego...

L.C.Bertoldo