Sunday, October 21, 2007

Incompreendido Talvez


Como é ver e não acreditar no que se vê - difícil
É tanto o quanto sentir e não se poder fazer nada - impotente
Um baile de fantasias da futilidade humana - condenável
Ignorância fadada de um povo descrente - desvirtuamento
Lágrimas deslizam de minha entristecida alma - descrente
Cristalinas vertentes, imponentes e intermináveis – lasciva dor
Não há refúgio – somente saudade
Saudades de início, meio e fim - de tudo enfim
Tempos estranhos, verdades incostantes - vida passageira
Padeço na ausência de um amor - distante
Em busca de um amor loucamente - me perdi
Da única forma de fugir da realidade, verdade, com ele - da vida
Cadenciar a vida de extremos - tristezas e alegrias
Construo por ele castelos - rachados
Juntei sementes – um bosque plantei
Rouxinóis cativei com um canto – uma linda sinfonia criei
Em busca de um coração ao passado regressei - nada busquei
Fiz das nuvens meus degraus – ao infinito subi
Um pouco de luz para as estrelas supliquei - foi tudo que pedi
Da madrugada o silêncio que acalanta roubei - dormi
E com as cores do amanhecer no meu leito salpiquei - da cama pulei
Capturei o perfume das flores do campo – me banhei
Ao som das ondas suaves - fiz canção
Vesti-me de poesia – versos inventei
Deitei-me na relva macia – sonhei
Meu coração por ti se fez refém - me matei
Acreditei que viveria por tua paixão - cansei
Que felicidade fosse certeza e não condição - prisão
Que amar demais fosse dádiva – não maldição
Criei um mundo inesistente pra não mais chorar - tentei
Na minha mente refugiar-me e parar de sofrer - busquei
Deixar de ser incompreendido talvez - com álguem

Lucas Bertoldo

2 comments:

Unknown said...

ja comentei ne?
adorei!

Anonymous said...

Tu escreve ainda! (isso foi uma constatação...)

Tá melhorando teus textos, gostei.
Em especial daquele do cárcere privado.

=*