Thursday, August 25, 2016

Quando em(n)quanto


Quando o tempo pede pressa
A alma pede calma

Enquanto o mundo está em guerra
A vida pede paz

Quando a rotina sufocante contamina 
Ameniza com um fim de tarde ao pôr do sol 

Enquanto achamos que ganhamos  
Perdemos vida em prol do ganho 

Quando mais maximizamos os bens
Minimamente os detalhes se esvaem 

Enquanto aparentar o ter é sentir poder
Ser mesmo sem sentir que o poder é um invólucro 

Quando pensas que sabe tudo
Deixa de saber que nada é tudo 

Enquanto achar que é verdade 
A realidade pode ser uma ilusão 

Quando parar para pensar 
Pode ser tarde para enxergar

Enquanto não atravessar a dor da solidão 
Continuaremos a nos buscar em outras metades

Quando na verdade
Para viver a dois é necessário ser um 

LCBertoldo 

Thursday, August 18, 2016

S2atisfaction

  
Por você agora tenho fome
Apetite que me faz querer mais de+mais...
Mais da tua voz, que ressoa a melodia da tua alegria 
Mais do teu cheiro, que aguça meu suspiro 
Mais da tua pele, que arrepia e inspira
Mais do teu corpo, que me deixa louco 
Mais da tua boca, que me desatina 
Mais do teu olhar, que me hipnotiza 
Mais do teu ser, do qual não consigo mais ficar sem...
Contudo, não consigo ficar satisfeito 
Uma satisfação que não cessa 
Com a sensação que persiste em ficar 
Pois me dá liberdade para sonhar 
Prendendo de uma maneira difícil encontrar 
E ao idealizar tudo isso...
Não consigo esconder o que sinto 
Mesmo que não possa te ter
Arrisco a tentar 
Para não me arrepender 
Tento dizer, tudo que se passa aqui dentro
Satisfazendo 
Todo meu ser
Pensando e querendo,
Tudo desse jeito 
Assim sendo, 
Quem te admira 
E mira=> satisfazer o coração!

LCBertoldo 




Thursday, August 04, 2016

Lúcida loucura


Ah mundo de aparências 
Quem vê pensas que engana 
Cinicamente tentando moldar 
Põe-se a rodar na sansara da vida 

Como se abster, sem perder
O tempo precioso de querer,
E não poder...
Modificar o que a mente tenta equacionar?

Viver no sentido figurado 
Para não sentir-se enganado 
Pela sequidão de mentes rasas 
Do aprofundamento de ser

Incomensurável solidão 
Do alto deste píncaro
Me sinto ínfimo 
Diante da imensidão mundana 

Paradoxal por venturas 
Aquele que sente
E apreende
Sem receber a verdadeira companhia 

A felicidade só é plena 
Quando compartilhada   
Ainda que a mente tente ser sana 
Sanidade não me compõe 

Liberdade é saber voar 
Sem tirar os pés do chão
Minha acidez é viva 
E a loucura é que me guia

Ela que me traga 
Me tinge de vermelho 
Claustrofóbico de anseios 
Diante, do sôfrego torpor que me arredia 

LCBertoldo