Alguém
me disse que 'Ich bin aus Deutschland' eu sou da Alemanha. E desde que eu
conheci a Larissa, eu era mesmo.
Que
alemoazinha mais linda, estilosa e cobiçada, digo por mim desde que a vi. Vestido
preto, loura, olhos claros, pele branca, sorriso largo e simpática, eu disse bem
humorada? Não, mas seria mais um adjetivo para tais quais não teria tempo de
cumprir e descrever, e seria assim como tentar personificar um evento do qual você
está e não quer parar de continuar a ver, você termina, volta no tempo e
recomeça, rebobina, reinicia,
retorna, e não importa sabe, se tudo for do mesmo jeito que foi, sem problemas,
e se for para mudar, que seja de roupa.
Não
venham me perguntar como ela veio parar aqui. Deve ter sido por um meio mais
'moderno' que nossos antepassados. (Perdão mas usarei um clichê agora) Ela
estava ali tão perto e tão longe ao mesmo tempo...
Tomei
um gole de gin tônica para ver se me encorajava. Um gole é pouco. Não venham me
perguntar por que nós precisamos de uma boa dose de álcool no sangue para nos
encorajarmos...
Não
que eu precise disso sabe, mas tem gente que fuma, tem gente que come chocolate,
tem gente que se arruma em 10 minutos e outros levam 1 hora...
Tem
gente que usa e não fala, então resolvi tomar uma cervejinha para descontrair e
falar. Quero dizer escrever e mais duas para continuar.
É
pouco. Pedi um uísque. Já era meia-noite. Ascendi um cigarro que guardava para
emergências. Um cara estava 'trovando-a'.
Ela
riu. Eu não estava gostando das longas frases que ela falava no ouvido do cara.
Pedi uma tequila. Ah vai um submarino amarelo mesmo. (dose de steinhäger a um
copo ou caneco de chope. Esta bebida tem origem no costume do imigrante alemão
de tomar as duas bebidas simultaneamente mas não misturadas. Em diversas regiões
do Brasil, encontram-se outras variantes nas quais o steinhäger é substituído
por outra bebida destilada como a cachaça, tequila ou vodca).
Agora
sim estava 'alegre'. Não poderia fazer feio. A única coisa favorável a mim era o
fato de eu saber seu nome. Eu sabia falar um pouco de alemão também. Talvez
seja um alemão meio gringo, meio aportuguesado, na verdade eu falo esse dialeto
que os colonos falam e dou uma incrementada que aprendi assistindo
documentários sobre Auschwitz.
Por
isso eu digo menores são os seus problemas, pior é a guerra. Devo estar bêbado,
divagando sobre outro assunto já...
Mas
voltando ao que interessa, o meu alemão deve dar pro gasto. Droga, por que não
comprei um Wolks?
Fui
ao banheiro. Voltei. Vi os dois se divertindo, e me perguntando por que não era
eu ali, ao invés dele...
Tomei
mais um submarino, para assim quem sabe passar despercebido pela situação que
me encontrava, ali, estava linda, a guria que eu tanto cobiçava, e ela estava
com alguém eu sentia, que não era para ser sabe, faltava o encaixe... então ao
último gole toco e me voi... Ops, essa não desceu muito bem. Fiquei ali,
entorpecido, travado, nada mais fazia sentido e a música me doía o ouvido. Ela
chegou no bar e pediu uma coca. Eu pedi um uísque duplo com gelo para
impressionar. Eu jurei que ela ia me reconhecer.
Acenei
com o copo, ela tomou um gole da coca e sorriu. Não segurei, e vomitei nos seus
pés. Bom, agora ela me conhecia.
Entschuldingung,
Larissa! Corri para seus pés com um lenço limpando desesperadamente. Ela meio
que sorriu de canto de boca.
Ah,
e que boca... Hey, não se preocupa, nem sujou muito, tu fala alemão? Como sabe
meu nome?
Bem, nem sei por onde começar, depois de tamanha vergonha, me perdoe, mas eu sei mais
coisas que imagina (visivelmente nervoso) no caso nem por isso ousaria dizer que te conheço, na
verdade te sigo no instagram, e sou um admirador dos seus frames. Olha ele
hein... Como iria imaginar que um seguidor meu, iria vomitar nos meus pés, para
então, saber que não sei nada de alemão! Hahahahaha (rimos juntos)
Prazer,
Pedro. Prazer, Lari... ah, tu sabe meu nome né?
Pois
então, posso te chamar de Lari?
É
só para os íntimos vai...
Bom
depois desse papelão e vomitar nos teus pés, acho que adquirimos uma intimidade
né?
Um
sorriso amarelo, seguido de uma risada e ela sorrira também, pois bem, estava
agradando apesar dos pesares.
Posso
retribuir de alguma forma o ato vergonhoso que acabei de cometer? Pode me
mandar o seu contato a fim de limpar devidamente sua roupa e sapatos? Ela olhou
pensativa e emendou: - Tá certo, anota aí, você foi muito educado...
Então,
assim estabeleci a conexão de conhecê-la não somente virtualmente, e a
transportei para o mundo real, onde assumidamente me envergonhei para poder
conhecê-la, mas não digo que isso foi um erro não, apenas um desvio de rota
para colidir com alguém que há tempo eu sigo (shhhhhhh) ela não pode saber, mas
devidamente comentado, agora ela sabe.
Alguns
dias depois...
Consegui
encontra-la e limpar adequadamente o que havia sujado erroneamente, passei para
a próxima etapa, e marquei um encontro.
Ufa,
finalmente, agora vou aprimorar o alemão para impressionar!
Logo
no dia, me encontrei desprevenido sem carro, ela foi me buscar, e radiante
estava diante de alguém tão distante, mas agora, tão perto, acabei descobrindo
que morávamos tão perto, que éramos quase vizinhos, então, depois de alguns
drinks, risadas, coincidências mil, desculpas aceitas, me senti perdoado, e
encantado por alguém tão doce, confortável, feliz, realizada com os mesmos
desejos que com os meus colidiram diante de uma chuva de meteoros em uma noite
estrelada.
Senti-me
realizado, extasiado, por estar e ser alguém, que pudesse estar junto de alguém
tão especial, momentaneamente sem ela saber, ou sentia como eu que ser ou não
ser era a questão?
Pois
então, depois de muitas verdades reveladas, me senti imbuído a testar minha capacidade
de 'approach' (aproximação) e descobrira ao tentar falar sua 'suposta' língua, que ela gostava mesmo era de inglês, aonde tinha estado recentemente para estudar.
Então desandamos a falar inglês e rir sem parar de situações inusitadas que a conexão do destino, de nada é por acaso, fez acontecer, um encontro improvável.
Então desandamos a falar inglês e rir sem parar de situações inusitadas que a conexão do destino, de nada é por acaso, fez acontecer, um encontro improvável.
Pois
estava lá eu, agora 'estável' me aproximando, e beijando-a. Nesse momento, se
estabelecem conexões além da aparência, e a reciprocidade momentânea, que no caso,
onde você está conhecendo a pessoa, ser ou não ser, não é mais a questão, você
é ou não é, não há meio termo.
Sim
ou não, sem não sei! E nessa hora a gente descobre que muitas coisas que até
então podem ser distantes, ficam tão perto e tão boas, que se melhorar estraga
sabe? Nesse enredo e roteiro intensamente contado, fomos levados ao seu
apartamento. Papo vai, vinho vem, música vai, beijo vem. Sofá vai, e cá estamos
abraçados, refestelados, entrelaçados em um tecido tão gostoso quanto sua pele
e seu cabelo... difícil reconhecer qual seria a melhor parte.
Eu
digo, melhor de 5 rounds, valendo cinturão. Título mundial. Jazz rolando,
10 minutos cada. E em 3 rounds. Nocaute! Inteligência e bom humor são
afrodisíacos. II Pausa II para o banho, play > e no quarto assalto entendia o
por que Adélia Prado disse: ‘erótica é a alma’. Enganam-se aqueles que
pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele.
O erotismo não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios
das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um
corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma.
E a vida sem música é cinza. E no quinto assalto já ouvia o soar do gongo, tínhamos
um veredicto...
Posso
estar sonhando, um sonho multicolorido, mas não me acorde por favor, coloque a
soneca mil vezes e quero poder recomeçar, rebobinar, reiniciar e retornar todos
os dias para esse momento, subir correndo as escadas, e levantar os braços
cantando vitória diante das situações da vida, rindo dos problemas, abraçando o
amor, e sendo feliz por todo o resto dos dias por me sentir o verdadeiro campeão,
mas quem ganha é sempre ela!
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